quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"História de Gurupi"


Obra: Histórias da História de Gurupi
Gênero: Crônica
Autor: Zacarias Martins
Resenhista: Sidiêda Rejane B. Tavares


Credenciais do Autor:


Zacarias Martins (nome literário de Zacarias Gomes Martins), nasceu em Belém do Pará, 23 de julho de 1957. Reside em Gurupi, no estado de Tocantins desde 1983.

É um dos principais poetas contemporâneos do Estado do Tocantins. Além de poeta é jornalista e ativista cultural e integra o Conselho Municipal de Cultura de Gurupi. Autor de seis livros de poesias, além de participação em várias antologias literárias pelo Brasil afora. É ainda co-fundador da Academia Gurupiense de Letras. Participou da fundação da Academia Tocantinense de Letras, onde ocupa a cadeira 21.

Militante no jornalismo, Zacarias Martins foi editor de Perfil (a primeira revista informativa do Tocantins - 1989) e correspondente de vários jornais, entre os quais, O Progresso (Araguaína - TO), Diário Tocantinense (Palmas - TO), O Jornal (Palmas), Cinco de Outubro (Goiânia-GO). Em Gurupi (TO), foi repórter da Folha do Tocantins, Gazeta Esportiva do Tocantins e A Notícia. Atualmente é articulista do jornal Cocktail (de Gurupi), tendo participado de sua fundação em 1990 e até hoje mantém a coluna semanal Pinga-Fogo. Também é repórter da Revista Destak e do Jornal Real, ambos de Gurupi e colunista dos sites www.gurupionline.com.br e www.tocantinsnoticia.com. É Assessor de Imprensa do Hospital Regional de Gurupi (TO), bem como, Diretor-Secretário da Associação dos Cronistas Esportivos do Tocantins (ACETO). Escreve ainda no blog www.zacamartins.wordpress.com.

Sua produção literária divide-se em: poesia e prosa. Seus livros de poesias são: Transas do Coração (1978); O Poeta de Belém (1979); Poetar (1980); O Profeta da Felicidade (1984); Vox Versus (1986); Pinga-Fogo (2004). Na prosa ele escreveu Histórias da História de Gurupi (2008).

Estilo Literário de Época


Autor contemporâneo, Zacarias Martins destaca-se pela produção de uma literatura de caráter popular e ao mesmo tempo humorada, que cativa o leitor sem ter, no entanto, a preocupação de se prender a estilos ou conceitos pré-estabelecidos na criação literária.

O Gênero Crônica:


Crônica é uma narração. Uma história curta. É um gênero literário produzido para livros, jornais, internet, entre outros veículos de comunicação. Crônica tem como mote o cotidiano. É derivada do latim ‘chronica’ – antes mesmo da era cristã significava ‘relato de acontecimentos em ordem cronológica’. Simplificando: seria um breve registro de eventos.

A crônica tem a função de divertir o leitor, mas também de aprofundar a notícia e mostrar a relação entre os fatos e as pessoas, provocando catarses, superando a realidade limitativa e sufocante. Para isso o cronista instiga o leitor à reflexão e o ensina a ver mais longe, além dos fatos. Cabe ao cronista, assumir a indignação do leitor e, muitas vezes, falar por ele.

O cronista é aquele que capta breves momentos que compõem a condição humana, fatos irrisórios ou imagens pitorescas. Ele ouve conversas, recolhe frases, observa pessoas e registra situações, flagrantes de esquina e do cotidiano; as palavras de uma criança, incidentes domésticos e coisas que acontecem nas ruas. Lida com acontecimentos corriqueiros ou inusitados e com fatos do noticiário. Cabe ao cronista mostrar ao leitor aquilo que só ele vê nas entrelinhas do fato. Normalmente, parte de situações particulares que funcionam como metáforas de situações universais. A experiência pessoal é o ponto de partida para acessar verdades maiores. Em alguns casos pode abordar diversos assuntos numa mesma crônica, desde que haja uma linha central de raciocínio, que permita ao escritor, no final, amarrar as matérias que escolheu. Assim, o cronista pode falar sobre atualidades em geral ou eleger focos determinados.
Quanto aos temas abordados, a crônica é democrática, mas há matérias que não cabem neste gênero.

Uma matéria característica da crônica é a vida nas grandes cidades, suas peculiaridades e contradições; normalmente como um contraponto à vida mais tranqüila e natural do interior. Como é o caso das crônicas de Zacarias Martins - ele desenha um painel da vida urbana e a relação do morador com sua cidade. Retrata o modo de vida do espaço em que vive como testemunha de seu tempo.
Embora tenha como ponto de partida uma determinada região, a crônica não é um gênero exclusivamente regional. O regionalismo funciona apenas como meio de acesso à universalidade.

Em relação às crônicas de Zacarias Martins, elas são ambíguas, como é natureza da crônica, começa no jornalismo, nas colunas e artigos opinativos, como um gênero não-ficcional. Tornou-se literatura à medida que superou seus limites e alcançou a ficção. Para isso o cronista acrescentou emoção, poesia e uma preocupação estética diferente da reportagem, ao fato que virou (ou não) notícia. Com a narrativa poética criou climas envolventes para falar desses fatos corriqueiros do dia-a-dia e dos assuntos do noticiário.


Um comentário:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.